DUAS CONVERSAS SOBRE A VIRADA COGNITIVA EM EPISTEMOLOGIA
1. Informações gerais:
17 de Setembro, 14h às 16h40min na sala 309 do Prédio 40 – A virada cognitiva em epistemologia: a análise de duas intuições
18 de Setembro, 9h às 11h40min na sala 304 do Prédio 5 – O problema da estrutura do conceito ordinário de conhecimento.
Arthur Viana Lopes é Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestre em Filosofia pela Universidade Federal da Paraíba, e Bacharel em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Tem experiência na área de Filosofia Analítica, com ênfase em Epistemologia, Filosofia da Linguagem e Filosofia da Ciência. Tem especial interesse pelos seguintes tópicos: Filosofia da Psicologia, Estrutura conceitual e Análise do Conhecimento.
2. Ementa:
Epistemólogos conhecidamente fazem um grande uso de atribuições intuitivas de conhecimento para favorecer ou desfavorecer teorias de conhecimento. Recentemente, todavia, uma série de preocupações de cunho naturalista lançaram dúvidas sobre o valor evidencial atribuído a tal uso de julgamentos intuitivos ao apontar para uma série de pressuposições empíricas que parecem acompanhar esta prática. Tais preocupações formam uma linha própria de investigação caracterizada pelo interesse em avaliar devidamente estas pressuposições, i.e., em referência aos métodos e teorias científicas, e por uma virada cognitiva sobre os tópicos de pesquisa epistemológicos, a qual pode ter importantes implicações para projetos tradicionais. Estas apresentações tratam desta virada cognitiva, por assim chamá-la.
3. Resumos:
Título: A virada cognitiva em epistemologia: a análise de duas intuições.
Após introduzir algumas das preocupações que motivam a virada cognitiva, distinguimos dois tipos de questões que caracterizam esse movimento e explicamos como cada tipo pode ter implicações aos projetos epistemológicos tradicionais: 1) Questões sobre concordância intuitiva; 2) Questões sobre as bases cognitivas dessas intuições. Relativo ao primeiro tipo de questão, revisamos a literatura empírica sobre dois tipos importantes de intuições epistêmicas, viz., a intuição de casos Gettier, e a intuição de casos de pressão cética, e tentamos estabelecer a robustez dessas intuições. Relativo ao segundo tipo de questão, avaliamos duas teorias candidatas a explicar as bases cognitivas dessa intuição.
Título: O problema da estrutura do conceito ordinário de conhecimento.
Filósofos sempre estiveram interessados em definir o que é conhecimento e depois de Gettier este projeto ganhou um interesse renovado. Muito da análise conceitual e dos desenvolvimentos posteriores a esse período pode ser visto como se apoiando na competência conceitual que se oriunda do conceito ordinário CONHECIMENTO. Dado a importância atribuída a esta entidade psicológica, seria de se esperar que soubéssemos bastante a seu respeito, no entanto, este não é caso. Epistemólogos muitas vezes tentaram revelar algo sobre o conteúdo deste conceito, mas nada sabemos a respeito de como este conteúdo seria organizado mentalmente. Importantemente, a questão sobre a estrutura conceitual de CONHECIMENTO possui trazer implicações fundamentais a projetos epistemológicos. Após mostrar algumas dessas implicações, discutimos algumas hipóteses sobre a estrutura de CONHECIMENTO baseadas nas principais teorias da literatura de psicologia de conceitos. Apesar de afastarmos algumas hipóteses mais específicas, concluímos mostrando que duas hipóteses fundamentais sobre essa questão ainda estão em aberto.
4. Referências:
Brown, J., & Gerken, M. (2012). “Introduction” in Brown, J., & Gerken, M. (eds), Knowledge Ascriptions. OUP: Oxford, 1-30.
Goldman, A. (1992). “Epistemic folkways and scientific epistemology”. In Liaisons: Philoso-phy Meets the Cognitive and Social Sciences. Cambridge, MA: MIT Press.
Laurence, S. & Margolis, E. (1999). “Concepts and Cognitive Science”. In E. Margolis & S. Laurence (eds.) Concepts: Core Readings. Cambridge, MA: MIT Press, pp. 3-81.
Murphy, G. (2002). The Big Book of Concepts, Cambridge, MA: MIT Press.
Nagel, J. (2012) “Mindreading in Gettier Cases and Skeptical Pressure Cases”, in Knowledge Ascription: New Essays, Jessica Brown and Mikkel Gerken, eds. (Oxford University Press, 2012), 171-191.
Nagel, J. (2012a) “Intuitions and Experiments: A Defence of the Case Method in Epistemology,” Philosophy and Phenomenological Research 85:3.
Nagel, J., San Juan, V. & Mar, R. (Forthcoming) “Lay Denial of Knowledge for Justified True Beliefs,” to appear in Cognition.
Ramsey, W. (1992). “Prototypes and Conceptual Analysis”. Topoi 11:59–70.
Weinberg, J., Nichols, S. and Stich, S. (2001). “Normativity and Epistemic Intuitions.” Philosophical Topics, 29, 429-460.
Você precisa fazer login para comentar.